A partir da exposição “As mulheres que estão no mapa”, baseada em um levantamento dos registros das mulheres que nomeiam as ruas da cidade de Ijuí, decidiu-se expandir a pesquisa iniciada pelo Museu Antropológico Diretor Pestana, a fim de verificar os registros, histórias e memórias das mulheres que nomeiam outros espaços públicos, como bairros, escolas, praças e monumentos. Essa pesquisa será conduzida durante meu processo de doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências (PPGEC/UNIJUÍ), objetivando identificar quais são os determinantes que implicam na escolha de alguns sujeitos para que tenham seus nomes eternizados em espaços públicos. Sabe se, de antemão, que há muito mais nomes de homens do que de mulheres ocupando esses espaços, o que possibilita pensar nas dinâmicas de poder aplicadas às relações de gênero. O principal desafio dessa pesquisa de Tese é a escassez de registros documentais sobre as mulheres que nomeiam os espaços públicos de Ijuí em relação aos registros sobre os homens. Além da discrepância no número de homens e mulheres na nomeação desses espaços, há menos informações acerca das mulheres, principalmente sobre as ocupações que elas mantiveram em vida. Sabe-se que, baseado na exposição, grande parte das mulheres homenageadas com nomes de ruas na cidade de Ijuí eram professoras, médicas, figuras políticas, ou mães e esposas de homens considerados importantes para a sociedade. A pesquisa também buscará compreender a importância historiográfica e pedagógica da produção e conservação das memórias sobre as mulheres da nossa cidade, além de problematizar e compreender os aspectos que definem quais pessoas podem ou não ser eternizadas como nomes em espaços públicos.
Texto por Ana Laura Arnhold, doutoranda em Educação nas Ciências Unijuí.
Fotografia: Grupo de professoras Ruizinho. Coleção Família Beck, Madp.