Com a inauguração da viação férrea em Ijuí no ano de 1911, podemos considerar que a mesma auxiliou na movimentação e expansão da economia local.  Grandes estabelecimentos comerciais se faziam presentes em 1922 e a demanda de fornecimento dos produtos produzidos localmente extrapolavam a comunidade que estas fábricas estavam inseridas. Conforme os registros apontam, a Officina Boss & Hickembick, exportava uma grande e variada quantidade de obras em madeira, fornecendo também os seus produtos à frigoríficos da fronteira; a Fundição Reimann possuía um porte de produção considerável dentro do ramo, recebendo um grande número de encomendas da Serra. De modo geral, as fábricas locais forneciam produtos para Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, e para outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

Em um panorama nacional, o processo de industrialização se intensificou a partir da Grande Depressão de 1930. O economista brasileiro Celso Furtado, reforça que o desenvolvimento da indústria nos anos 30 firmou-se a partir da reação da economia e da política econômica ao desequilíbrio externo, que se seguiu à Crise do Café e à Depressão. Sobre este contexto, o economista Wilson Suzigan reafirma que a citada crise traz uma ruptura no início da década de 1930, iniciando uma era em que a industrialização do país avança em ritmo acelerado. Ainda nesta conjuntura, Suzigan aponta que a base de poder da oligarquia rural havia sido prejudicada pela crise do café, no qual a Grande Depressão arrojou a crise econômica, e a Revolução de 1930 coloca fim à hegemonia política da oligarquia. Com o capital advindo das exportações, foi possível diversificar as atividades econômicas internas e modernizando também a economia. Como apontado por Suzigan havia a necessidade de consumo: máquinas e equipamentos, implementos agrícolas, insumos, material de transporte etc. Essa questão faz com que se criem condições para o desenvolvimento industrial que suprissem a demanda local e interna.

Pelo olhar de Regina Weber podemos considerar que na história local, aqui em Ijuí, essas transformações propostas pela industrialização também refletem na fisionomia da cidade, sendo que alguns lugares que abarcam grandes estações fabris passaram a ser identificados como bairros industriais. Sobre os habitantes dessa cidade, grande parte desses trabalhadores fabris na década de 1930 e 1940 se constituem de europeus que chegaram ao Brasil nos anos de 1920 e 1930, sendo caracterizados dentro do sentido diversificado, já que alguns habitantes também são de origem rural que abandonaram o campo por algum motivo específico.