Dez peças do Madp estão em Pelotas para serem restauradas e retornam a Ijuí em fevereiro

 

O Museu Antropológico Diretor Pestana enviou 10 esculturas missioneiras para a Universidade de Pelotas, na última semana, para que sejam restauradas. As esculturas, obras de barroco missioneiro estavam precisando de reparos e uma delas precisava com mais urgência, a de Santo Isidro. “Uma oportunidade muito boa de cooperação com o curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade de Pelotas”, explica Aline Regiane de Jesus Mota, museóloga e responsável técnica do Museu.

O carregamento das obras foi feito pela equipe do museu com suporte do setor de patrimônio da Unijuí, na qual pode-se observar que a mais pesada, Nossa Senhora da Glória com 1,72 cm, teve que ser carregada entre seis pessoas. A entrega das obras foi feita ao laboratório de madeira do curso de conservação e restauro da UFPEL, acompanhado pela museóloga do MADP e pela coordenadora do laboratório, professora Daniele Fonseca. Dentro do acordo de restauração, Aline explica que as obras serão restauradas nesse laboratório que possui equipamentos adequados, já que elas precisavam passar por Raio-X. “Existem uma série de análises que precisam ser feitas e só com um laboratório especializado se consegue fazer, e também por possuírem todo o suporte de mão de obra qualificada”. 

O acordo prevê que em troca desse trabalho, os alunos do curso da Universidade de Pelotas vão estudar as peças, também vai gerar exposições, qualificação científica e publicações. E em contrapartida ficou acordado que o Museu de Ijuí faria com que as peças chegassem até lá, arcando com o transporte, com uma lista de materiais, para que a restauração aconteça.

“Um processo muito interessante para o Museu, uma demanda cultural e patrimonial da região muito importante. Esses objetos estão em Pelotas, acompanhei eles até lá e a previsão é que eles retornem em fevereiro do ano que vem. Dentro deste acordo, se prevê uma exposição dessas obras restauradas aqui no Museu. Fica o convite prévio de que a comunidade venha conhecer essas obras, após essas Esculturas missioneiras estão em restauro minucioso trabalho de restauro”.

Aline comenta que algumas delas ainda estavam em exposição e outras, devido ao estado de conservação, não estavam expostas há cerca de dois anos. “Então já eram dois anos que estávamos na luta para conseguir restaurar essas peças”. São obras muito antigas. As 10 são de épocas diferentes, as mais antigas são do século 17. “São patrimônios missioneiros da região, com grande expressividade, dada a qualidade técnicas dessas obras, dado o detalhamento dessas esculturas e também pelo porte. São obras de grande imponência que fazem falta dentro da exposição. Muitas pessoas perguntavam sobre o paradeiro delas, que passaram os dois anos em reserva técnica e agora, enfim, o projeto passou a acontecer”.

Os testes já começaram nesta semana, em Pelotas, e agora a etapa de processo de restauro já é outra. “Estamos fazendo um levantamento de informações, fizemos um dossiê técnico, histórico e tudo isso está com eles e cada processo que for sendo realizado será acordado em etapas. O restauro não é linear, não é um produto único, várias coisas interferem nesse resultado final. As expectativas precisam estar alinhadas. O que a comunidade deseja que seja feito, tipo vamos repintar, deixar os traços de pinturas originais que existem ou retirar a camada de pintura que não é mais original, entre outros. A originalidade vai até um ponto e essas obras tem uma história de uso muito grande, já passaram por vários locais até chegar na guarda do museu”, finaliza.