O Museu Antropológico Diretor Pestana independente do tempo histórico, político ou econômico, sempre esteve e está presente na comunidade, até porque ele é da comunidade. Embora sabemos que isto pode e deve ser fortalecido, agregando projetos integrados e integradores que possam causar resultados significativos na construção da identidade cultural de Ijuí, tornando-a uma cidade amiga das pessoas, generosa, acolhedora, e, por que não dizer: mais feliz?
Já tem um tempo que a visão do museu era o de se constituir referência para os demais museus. Atualmente, após avaliar os projetos, testemunhos e depoimentos, vimos que está em tempo de reescrever esta visão, pois podemos afirmar com certeza que somos referência dos Museus Antropológicos. Somos referência por termos um museu comprometido com a história de seu povo, por pautar seus projetos no paradigma antropológico cultural, o qual tem como prioridade a humanização, o protagonismo e a pesquisa como conduta e princípio formativo.
Mas, poderíamos nos perguntar: por que a história é tão importante? Para quê mesmo serve um museu? Aí poderíamos apontar várias razões, mas, para “encurtar a conversa” eu diria que é para não perder o rumo, a trajetória da nossa história, pois ao retomá-la, percebemos o quanto já produzimos e o quanto ainda falta. Concordamos com Soares (2010) quando ela afirma que é entendendo o que ficou para trás, é que se pode explicar o presente e é explicitando o presente, que se pode delinear o futuro pois…
Ao retomar a própria história nos autorizamos a pensar, a fazer diferente, a questionar algumas certezas, elaborar mais novas perguntas. Podemos descobrir coisas fascinantes, que fomos deixando pelo caminho e que ainda podem se constituir de referência para ir para frente.
Isso nos leva a mais uma interrogação: O Museu é necessário para dar conta disso? Quais suas funções? Qual sua finalidade?
Um Museu que saiba exercer suas principais funções através do trabalho com a preservação da memória social, da pesquisa dos processos culturais relacionados, a preservação, a comunicação dos sentidos e identidades culturais envolvidos.
Um museu que saiba, através de pesquisas e diálogos com a sociedade, as habilidades indispensáveis do cidadão e do trabalhador moderno, para além de aulas e treinamentos: Aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo inovador, ou seja, pautar seu trabalho na articulação pesquisa, ensino e extensão de forma interdisciplinar, colaborativa e propositiva. Isto implica, necessariamente, fortalecer as relações entre as instituições, pensar e produzir projetos pautados nos princípios da participação, da solidariedade, da felicidade, da sustentabilidade e do bem-estar.
Foto: Construção da sede atual do Museu, 1976.