Harmônios são instrumentos musicais de teclados com fole, com funcionamento muito similar ao de um órgão, e o som parecido com o do acordeão. Embora tenham sido inventados para uso doméstico, tornaram-se instrumentos típicos em igrejas, por seu tamanho e preço. Em Ijuí foram tradicionais até meados dos anos 70 para acompanhamentos de coros. Alguns desses encontram-se hoje no Museu.

Para exemplificar mostramos dois casos distintos:

Um dos harmônios foi fabricado nos Estados Unidos pela Estey Organ Co. Brattleboro Ut e doado em 1922 pela Lutheran Church – Missouri Synod para a Comunidade Evangélica Luterana Emanuel, por ocasião da sua fundação. Em 1978 o harmônio foi doado a Congregação Evangélica Luterana Concórdia, da Linha 3 Oeste, hoje, Bairro Morada do Sol, e em 1994 foi doado ao Museu.No acervo museológico há também dois harmônios fabricados em Ijuí por Reinaldo Golnik. Reinaldo, imigrante, nascido na Rússia, de onde emigrou para a China, ficou viúvo em 1932, e segundas núpcias foram com Alvina Golnik. Migraram para o Brasil.

Reinaldo e Alvina vieram para Ijuí e estabeleceram-se numa Chácara na Linha 2 Oeste (onde hoje está o Edifício Tarumã, na rua do Comércio), de onde tiravam parte do sustento dos sete filhos do casal, todos nascidos em Ijuí. Para incrementar a renda familiar, Reinaldo montou uma marcenaria onde fabricava instrumentos musicais: harmônios, rabecões, gaitas, violinos, cítaras, violões, entre outros. Na década de 50, não conseguindo competir com os instrumentos industrializados, produzidos em série, vindos dos grandes centros, parou de fabricar instrumentos musicais e abriu uma oficina de chapeamento de carro e fábrica de carrocerias, ramo no qual seus descendentes permanecem até hoje.Reinaldo era um exímio músico, sabia tocar todos os instrumentos que fabricava.

Os harmônios ijuienses foram fabricados na década de 1940 e doados pela 1ª Igreja Batista de Ijuí e pela Sociedade de Amparo e Bem Estar da Velhice (Sabeve).