Museu Antropológico Diretor Pestana promoveu Sarau Artístico Literário em parceria com AAVI e CEI-LFG

O Museu de Ijuí, em colaboração com a Associação de Artistas Visuais de Ijuí (AAVI) e o Círculo dos Escritores de Ijuí – Letra Fora da Gaveta (CEI-LFG), realizou a “Noite no Museu”, um evento que combinou arte e literatura em um sarau. A atividade permitiu aos visitantes conhecer o trabalho das entidades por meio da Exposição Temporária ARTE & LITERATURA, que este ano teve como tema “Memória, Cidade e Identidade”.

Iselda Sausen Feil deu as boas-vindas aos presentes, destacando a importância das comemorações recentes e a significativa relação entre os grupos, o museu e a temática expositiva. Ela ressaltou como esses eventos contribuem para fortalecer os laços culturais na comunidade.

Rosana Berwanger, representante da AAVI, explicou que a exposição desafiou os artistas a refletirem sobre suas memórias e sensações relacionadas à cidade. "Vocês têm aqui desenhos, pinturas, colagens, montagens, escrituras, fotografias. Acho que é uma diversidade que mostra uma parcela da AAVI conversando com a comunidade," comentou Berwanger. Ela enfatizou que a exposição oferece um fragmento das memórias e identidades ligadas à cidade de Ijuí.

Liziane Agostini, representando Juarez Folletto, presidente do CEI-LFG, reforçou a ideia de que todos somos parte do museu por possuirmos memórias e identidades únicas. "Escritores tentaram representar o impacto coletivo de Ijuí, trazendo à tona memórias individuais e significativas," disse Loreni. Ela destacou que o desafio foi provocar as memórias pessoais dos escritores, conectando-as à identidade e à história da cidade.

Ao final da solenidade de abertura, cada artista e escritor teve a oportunidade de falar sobre seu trabalho e suas intervenções na exposição, estabelecendo uma comunicação direta e enriquecedora com o público presente.

Este evento não só destacou a rica diversidade cultural de Ijuí, mas também reforçou a importância de preservar e compartilhar memórias e identidades através da arte e da literatura.

A Exposição Temporária “ARTE & LITERATURA - Memória, Cidade e Identidade” permanece no espaço do Museu até o dia 31 de maio. Venha conhecer!

 


Museu: um presente para a nossa comunidade

No último evento "Domingo no Museu", pude testemunhar algo extraordinário: nosso museu recebeu um presente especial. Não falo de um presente físico, mas de algo muito mais valioso: a presença e o envolvimento da comunidade. Este dia foi um verdadeiro presente para todos nós.

Estávamos comemorando antecipadamente o aniversário do museu, que completa 63 anos no próximo dia 25. A celebração incluiu uma surpresa para o museu, uma forma de homenagear sua história e importância para a nossa cidade. Mas, mais do que presentes materiais, o que realmente se destacou foi a presença das pessoas, trazendo suas memórias, conversas e histórias.

Ao caminhar pelo museu naquele domingo, percebi a alegria no ar. Vi pessoas redescobrindo belezas que talvez tivessem visto várias vezes antes, mas agora com um novo olhar, sentindo aromas e cores de maneira diferente. Eu me senti como alguém estreando em uma festa única, onde todos estavam contentes: o museu e seus visitantes.

O museu estava em festa, cercado por tanta gente. Adultos encantados com a música, crianças correndo entre eles, todos compartilhando momentos e histórias. Essa interação me fez refletir sobre a importância do museu para a nossa cidade. Um museu não é apenas um lugar que guarda objetos; ele é um espaço de memória, de encontros e de aprendizado.

Ao longo do evento, ficou claro para mim que o museu tem muito mais histórias para contar. Cada visita é uma oportunidade de receber novos presentes, cheios de histórias, narrativas e imagens que conectam diferentes gerações. Vi isso claramente ao observar crianças se encantando com a história, adultos se emocionando com as músicas e idosos compartilhando suas memórias.

O museu, com seus 63 anos, ainda está em plena juventude. Ele consegue fazer da história algo sempre novo, nos mostrando que, mesmo nas derrotas e nos conflitos, há sempre algo a aprender. A presença de todos naquele domingo, celebrando juntos, mostrou que o museu é um verdadeiro círculo de cultura, um espaço onde todas as gerações se encontram e se alimentam das histórias uns dos outros.

 

Depoimento de Iselda Sausen Feil, Diretora do Museu Antropológico Diretor
Pestana.
Fotografia: Diretora do Madp em frente a sede do Museu, 2024


Você se conecta com a nossa história

Tidos como locais de memórias, os museus podem (e devem) ser lidos como locais de encontro e diálogo, onde o público possa se envolver ativamente na construção do conhecimento e na interpretação das várias linguagens que se apresentam por meio do patrimônio ali exposto e/ou salvaguardado.
Deve-se considerar que cada instituição também é única, tem suas limitações e suas finalidades, porém observa-se que Museu também é local de futuro e a atualização permanente dessas instituições se faz necessária, acompanhando também o tempo em que estão inseridos. Ao mesmo tempo que existem desafios para romper discursos comuns que subjugam estes espaços como ultrapassados e que se centram unicamente no objeto (ignorando toda a história, sua materialidade e imaterialidade, sua carga simbólica e de comunicação que os artefatos carregam), existem também desejos de superar estes paradigmas.
A partir desse propósito, o Museu Antropológico Diretor Pestana vem implementando uma série de ações que conversam com a virtualidade frente aos novos tempos e que se alinham à missão institucional e às práticas educativas já consolidadas. Um exemplo disso é o impulsionamento de novas tecnologias que incentivam a interação com o patrimônio cultural de maneiras criativas e significativas, a partir do projeto “Você se conecta com a nossa história”.
O projeto permite que o público interaja com objetos que se encontram em exposição, a partir da Realidade Aumentada. Tal virtualização oferece a oportunidade de criar novas experiências, a partir do contato virtual com objetos de maneira dinâmica, ampliando sua compreensão e apreciação sobre o patrimônio cultural local preservado pelo Museu.
“Você se conecta a nossa história” está disponível para acesso no Instagram do MADP (@museumadp). Acesse e conheça mais sobre o nosso acervo!


Domingo no Museu se conecta com programação especial do Dia Internacional dos Museus

O Dia Internacional dos Museus é uma celebração anual que ocorre em 18 de maio com o objetivo de promover a conscientização sobre a importância dos museus na sociedade e destacar seu papel na educação, cultura e desenvolvimento. O dia foi estabelecido em 1977 para marcar o aniversário da criação do Conselho Internacional de Museus (ICOM), que ocorreu em 1946. O ICOM é uma organização internacional que reúne profissionais de museus e instituições museológicas de todo o mundo, e é responsável por promover padrões e práticas museológicas, além de defender o papel dos museus na sociedade.
A partir da data instituída de forma internacional, existe uma mobilização a nível nacional, que ocorre desde o ano de 2003 com o tema “Museus e Amigos”, chamada como “Semana Nacional dos Museus”, tida como uma temporada cultural coordenada pelo Ibram (Instituto Brasileiro dos Museus), o qual a cada ano é lançado um tema diferente para a celebração dessa data. Para este ano, o tema definido como "Museus, Educação e Pesquisa", instiga reflexões importantes sobre a relação entre museus e esses temas fundamentais para a sociedade.
Com isso, o Museu Antropológico Diretor Pestana se une a estas datas com uma programação especial em sintonia com o tema "Museus, Educação e Pesquisa", celebrando o já tradicional “Domingo no Museu”, que ocorre neste domingo a partir das 14h. O evento será marcado por uma programação de interação com a comunidade por meio de música, exposições, pesquisa e ludicidade. É importante destacar que por se constituir como uma programação nacional, o calendário de atividades do Ibram se manteve com eventos ocorrendo em todas as regiões do Brasil, porém, em solidariedade à tragédia climática no Rio Grande do Sul, o Museu realizará uma ação de arrecadação de doações durante as visitações, incluindo itens de higiene pessoal, produtos de limpeza ou 1 kg de alimento não perecível. Participe desta iniciativa! Convidamos a comunidade para celebrar museus, reconhecendo e valorizando o seu papel essencial na preservação, educação, diálogo intercultural e no desenvolvimento econômico e social.


Madp e o Jornalismo: preservando a história e garantindo o acesso à informação

A história do Madp com o jornalismo, em Ijuí, além de rica, é longa. Fonte
inesgotável de acesso à história, o Museu sempre serviu como um berçário de ideias e,
sobretudo, um rico ambiente de pesquisa para os estudantes de jornalismo da Unijuí - e
também de Universidades de todo Estado.
Lembro-me das disciplinas de fundamentos do Jornalismo, ministradas pelo
professor Marcio Granez, que, por muitos momentos, utilizou o Madp como sala de aula.
Nestas ocasiões, nos era apresentado o acervo da exposição permanente do Museu e do
acervo documental, com objetivo de nos familiarizar com a história por meio dos registros
da constituição da imprensa em Ijuí e região. Nos era permitido manusear fotos, jornais
antigos e objetos que marcaram o fazer da imprensa, sempre sob a orientação dos
profissionais do museu.
Para os acadêmicos de Jornalismo, sempre foi uma sorte imensa poder contar com
um museu de acervo primoroso, e que contribuiu e contribui para todas as áreas do
conhecimento da universidade. O impacto disso na formação acadêmica também pode ser
comprovado na minha experiência de conclusão de curso, quando optei por seguir as
pesquisas na popularização da informação e conhecimento como um direito básico à
população. Neste sentido, aproximando aos casos da modernidade, o Madp foi citado em
minha pesquisa como uma das fontes de preservação da memória destes registros de luta
da imprensa pelo conhecimento público daquilo que era produzido e discutido no município.
No jornalismo, assim como no Madp, há o compromisso de contar a história, sempre
alicerçada na verdade e no reconhecimento daqueles que a constroem. Para os que ainda
não conhecem a história interligada entre essas duas áreas, fica o convite para conhecer o
acerto do Madp e sua importante contribuição na preservação do patrimônio da imprensa de
Ijuí e da região.

Talita Mazzola
Jornalista, especialista em marketing, redes sociais e lançamentos digitais
Coordenadora da Assessoria de Marketing da Unijuí


Museu fase II – estatuas misioneiras

As missões jesuíticas na bacia do rio Paraná – Itatim no sul do Mato Grosso, Guairá no Paraná,
Sete Povos no Rio Grande do Sul, mais Missiones na Argentina e o Paraguai – constituíram ao
longo de quase 180 anos (1609-1785), uma singular experiência civilizatória que Charles Lugon
denominou “A República Comunista Cristã dos Guaranis”. Na margem esquerda do Rio
Uruguai, hoje Rio Grande do Sul, situavam-se os 7 povos, destruídos, todos, por ocasião da
guerra que Espanha e Portugal moveram contra os Guarani nos anos 1753-56.
Derrotados e expulsos os Guarani restaram as ruínas dos 7 Povos que foram incendiadas,
saqueadas e depois abandonadas, tomadas pelo mato. Só a partir de 1930, com a criação do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, é que estas “missões” passam a
ser reconhecidas como parte constitutiva do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Dentre
as iniciativas resultantes deste reconhecimento ressalta o trabalho de identificação, e coleta,
de artefatos jesuítico-guaranis, em especial estátuas e objetos de culto que adornavam as
igrejas missioneiras. São estátuas de anjos, santos, Nossa Senhora, Jesus crucificado, além de
castiçais e outros objetos. Tudo esculpido em madeira. Ora pequenas estátuas, ora grandes
imagens compostas de várias peças cuidadosamente encaixadas. Trabalho de artesãos
indígenas ou de artesãos europeus. Duzentos anos após a destruição dos 7 Povos estas
estátuas missioneiras resistem! Estão aí como testemunhas a um só tempo silenciosas e
eloquentes do que foi a experiência protagonizada pelo povo Guarani.
Parcela significativa do que restou da destruição compõe hoje o acervo do Museu das Missões
em São Miguel das Missões, muito embora outros museus e algumas igrejas abriguem imagens
missioneiras. É o caso do Museu Antropológico Diretor Pestana que tem sob sua guarda
imagens de Nossa Senhora de Loreto, Nossa Senhora da Glória, Santo Isidro, um Anjo, afora
outros objetos em madeira, cerâmica ou pedra. São peças únicas, valiosíssimas, que muito
valorizam o acervo do Museu.

Texto por: Jaeme Luiz Callai. Professor de História - UNIJUI


A MEMÓRIA DOCE: FABRICA DE BALAS SOBERANA

Em Ijuí, a expansão do comércio e produção fabril acontece em um momento em que já se tem um mercado consumidor regional e nacional. Como destaca Weber (1987) os produtos locais conseguem atingir um mercado para além do local, por meio das ferrovias e dos sistemas rodoviários em constituição. Conforme identificado no Relatório Municipal de 1936, diversos produtos eram exportados por intermédio da viação férrea, apesar dos valores serem modestos, estão o café, laticínios, farinhas, óleos, entre outros.

Com este fortalecimento da movimentação da economia por meio da comercialização advindas da produção, importação e exportação. Várias fábricas ligadas à transformação de produtos primários começam a se formar nos primeiros tempos de Ijuí. A partir deste contexto, a indústria de Ijuí começa a se organizar e se fortalecer.

Um dos exemplos de uma indústria com histórico longevo, que pode ser situada nesta conjuntura, é a Fabricia de Balas Soberana. Bruno Henrique Bergel, chegou em Ijuí em 1918 e no ano seguinte começou uma pequena fábrica de balas chamada Fábrica de Caramelos HB. Após um incêndio em 1923 que destruiu todo o prédio de madeira, ergueu no lugar outro de alvenaria. Na década de 1940, a empresa adota o nome de Fábrica de Balas Soberana.

No ano 1952, começou a produzir em escala industrial com máquinas importadas da Inglaterra e da Holanda. No final da década de 70 a fábrica inicia a exportação para países da América Latina e para os Estados Unidos.No ano de 1997 novos investidores adquiriram a fábrica e seu nome passou para uma nova denominação: Soberana Indústria de Balas Ltda. Em 08 de novembro de 2000 um incêndio destrói parte do prédio da “Fábrica de Balas” e esta passa a funcionar em novo endereço.

 

Texto por Belair Stefanello e Fabricio de Souza, colaboradores do Madp.

Fábrica de Balas Soberana Henrique Bergel S.A, década de 1980. Acervo Madp.

ontes consultadas:

CALLAI, Jaeme; STEFANELLO, Belair Aparecida. Imigração no noroeste do Rio Grande do Sul. Museu Antropológico Diretor Pestana, 2015

WEBER, Regina. Os inícios de Industrialização em Ijuí. Ijuí: Livraria UNIJUÍ Editora, 1987


Harmônio

 

Harmônios são instrumentos musicais de teclados com fole, com funcionamento muito similar ao de um órgão, e o som parecido com o do acordeão. Embora tenham sido inventados para uso doméstico, tornaram-se instrumentos típicos em igrejas, por seu tamanho e preço. Em Ijuí foram tradicionais até meados dos anos 70 para acompanhamentos de coros. Alguns desses encontram-se hoje no Museu.

Para exemplificar mostramos dois casos distintos:

Um dos harmônios foi fabricado nos Estados Unidos pela Estey Organ Co. Brattleboro Ut e doado em 1922 pela Lutheran Church - Missouri Synod para a Comunidade Evangélica Luterana Emanuel, por ocasião da sua fundação. Em 1978 o harmônio foi doado a Congregação Evangélica Luterana Concórdia, da Linha 3 Oeste, hoje, Bairro Morada do Sol, e em 1994 foi doado ao Museu.No acervo museológico há também dois harmônios fabricados em Ijuí por Reinaldo Golnik. Reinaldo, imigrante, nascido na Rússia, de onde emigrou para a China, ficou viúvo em 1932, e segundas núpcias foram com Alvina Golnik. Migraram para o Brasil.

Reinaldo e Alvina vieram para Ijuí e estabeleceram-se numa Chácara na Linha 2 Oeste (onde hoje está o Edifício Tarumã, na rua do Comércio), de onde tiravam parte do sustento dos sete filhos do casal, todos nascidos em Ijuí. Para incrementar a renda familiar, Reinaldo montou uma marcenaria onde fabricava instrumentos musicais: harmônios, rabecões, gaitas, violinos, cítaras, violões, entre outros. Na década de 50, não conseguindo competir com os instrumentos industrializados, produzidos em série, vindos dos grandes centros, parou de fabricar instrumentos musicais e abriu uma oficina de chapeamento de carro e fábrica de carrocerias, ramo no qual seus descendentes permanecem até hoje.Reinaldo era um exímio músico, sabia tocar todos os instrumentos que fabricava.

Os harmônios ijuienses foram fabricados na década de 1940 e doados pela 1ª Igreja Batista de Ijuí e pela Sociedade de Amparo e Bem Estar da Velhice (Sabeve).


Ford 1927 – “Jabureca” e o gasogênio

 Ijuí, como no restante da região, o transporte começou a “lombo de burro” em precárias picadas. Logo a seguir, vieram as carroças puxadas por animais e em 1911 chegava a estrada de ferro.

A introdução de veículos automotores, de linhas de ônibus municipais e intermunicipais e, mais recentemente, a pavimentação das estradas foram fundamentais para o desenvolvimento de Ijuí.

O Madp possui em seu acervo um exemplar de carro que foi um ícone na linha de veículos automotores: um Ford 1927, conhecido como “Jabureca”.

Adquirida por Estanislau Dziobezinski, em 1936, de segunda mão de Darnes Beal, a Jabureca era usada em viagens pela região para venda dos objetos fabricados na Cutelaria da Família Dziobezinski.Quando não estava em “serviço” era usada para passear, ir a bailes no interior e municípios vizinhos e como “transporte de luxo” em casamentos.

Por volta de 1940, devido ao racionamento de gasolina, o motor original foi substituído por um Chevrolet 4 cilindros e adaptado para uso com gasogênio à lenha. Outras modificações também foram feitas para adequar às necessidades do dono, que fabricava principalmente plantadeiras manuais.O Ford 1927 doado pela família Dziobezinski está exposto na Sala de Exposição de Longa Duração juntamente com um gasogênio que pertenceu a Raul Veríssimo Porciúncula e doado por Nilton Marcondes Porciúncula.O Sr. Raul usava o gasogênio em um Chevrolet, modelo 1937, mas podia ser usado em qualquer tipo de veículo: carro, camionete, caminhão e até mesmo ônibus.

Ressalta-se que o gasogênio foi inventado na década de 1920, pelo francês Georges Imbert e foi usado em diferentes partes do mundo. No Brasil, foram fundamentais durante a 2ª Guerra Mundial quando as importações de petróleo foram drasticamente reduzidas, ameaçando nosso transporte de um colapso. A saída encontrada foi fazer adaptações nos veículos movidos à gasolina, que passaram a usar o gasogênio, aparelho que produz combustível pela queima de carvão e madeira.

Texto adaptado por Belair Aparecida Stefanello, educadora do Museu Antropológico Diretor Pestana.

Fotografia: Ford 1927 presente na Exposição de Longa Duração do Madp. Visite!


A primeira fase da Praça da República

O nome da Praça da República foi uma homenagem à recém proclamada República do Brasil, em 1889. O terreno para sua construção estava presente na planta inicial da Colônia Ijuhy, mas durante o período de colônia a única intervenção feita foi a retirada na mata nativa do espaço. Com a emancipação política em 1912, uma das primeiras providências do Coronel Dico foi trabalhar o espaço urbano de Ijuhy. Coube a Francisco Berenhauser, em 1913, implementar o projeto arquitetônico e urbanístico da Praça, com canteiros e caminhos geométricos, com plantio de espécies exóticas como os plátanos, por exemplo.

Uma das curiosidades sobre o espaço que pode ser observado a partir dos registros fotográficos do período é a construção de uma cerca de arame ao redor da praça, evitando assim a entrada e circulação dos animais que circulavam pela Vila, no qual poderiam danificar o paisagismo.A fotografia  apresenta o sentido sul-norte, no inverno. Ao fundo, as primeiras edificações, com destaque para a Igreja Evangélica.

Texto: Belair Aparecida Stefanello, educadora do Museu Antropológico Diretor Pestana.