Alimentos tradicionais do povo Kaingang, como o fuá (foto) é um dos focos da exposição
A exposição tem o objetivo de analisar e discutir a trajetória histórica e a cultura material e imaterial dos povos indígenas no Brasil, em especial dos povos no Rio Grande do Sul. Pretendeainda fornecer aos visitantes subsídios e informações com o intuito de construir uma visão crítica sobre o tema e apoiar a luta destes povos pela garantia de seus direitos.
Dentre os temas a serem abordados estão a diversidade étnica e cultural, a situação geral dos povos indígenas, a economia, com destaque para técnicas de confecção de artefatos e processos produtivos, educação, organização social e cosmologia de alguns povos. Destaque para uma coleção de peças e fotos de jogos e alimentos tradicionais Kaingang, coletados pelos alunos do Projeto Interação pelo Esporte, da Terra Indígena de Guarita.
A exposição conta com fotografias e peças dos povos: Apiaká, Apalai, Araweté, Ashaninka, Asurini, Bakairi, Baniwa, Bororo, Canela, Deni, Enawenê-Nawê, Guajajara, Guarani, Ikpeng, Kaingang, Kamayurá, Karajá, Katukina, Kayaipó, Makuxi, Matis, Maxacali, Mehinaku, Mentuktiro, Munduruku, Nambikwara, Oianpi, Pareci, Rikbktsa, Surui, Terena, Tikuna, Tremembé, Trumai, Uru-Eu-Wau-Wau, Wayan, Waimiri Atroari, Wai-wai, Xavante, Xerente, Xucuru e Yanomami.
Preocupação com a temática indígena
O Museu Antropológico Diretor Pestana, ao longo da sua história, tem se preocupado em discutir a temática indígena, tanto com as comunidades indígenas quanto com a não índia. Segundo a educadora do Museu, Belair Aparecida Stefanello, “temos várias situações envolvendo a questão indígena que merecem aprofundamento: a situação dos índios em espaços urbanos, a sustentabilidade das comunidades tradicionais, as garantias de seus direitos como saúde e educação diferenciadas, a demarcação das terras indígenas e principalmente o conceito que as pessoas em geral tem do que é ser índio”. Ela destaca ainda que “para entendermos o que é ser índio hoje no Brasil precisamos romper com alguns preconceitos e romantismos e entender que as culturas não são estáticas, ao contrário é natural que elas se modifiquem ao longo do tempo. Contudo precisamos garantir que os povos indígenas tenham condições sociais, econômicas e políticas de absorver as novidades que vêm do contato, da forma como lhes parecer mais adequada e
ficar alertas com mudanças impostas pela sociedade não índia, que muitas vezes colocam em risco a identidade de determinados grupos”.
PROGRAMAÇÃO
Para crianças de todas as idades
1 – Exposição: Práticas e Saberes dos Povos Indígenas Brasileiros
Período 12 de abril a 27 de maio de 2011
Entrada gratuita: dia 26 de abril e no período de 18 a 25 de maio.
2 – Relação de Vídeos assistidos durante a visitação à exposição
-“Dama Rowaihuúdzé” – Para Todo Mundo Ficar sabendo – Índios Xavantes da aldeia de abelhinha registram imagens da própria vida, tentando deixar imagens de uma geração que ainda guarda na memória as vivências em que o meio ambiente se estendia até o infinito. Os autores, através de seus registros refletem sobre sua própria realidade e dão testemunho de sua presença no cenário nacional construindo a história. Associação Xavante Warã – Duração: 16min.
– Kigrãg: Aprender – Relata o dia-a-dia de um menino Kaingang, e compara com o de um menino branco. Núcleo de Educação Indígena (SEE/RS), 2001 – Duração: 16min.
– My Here: Identidade Kaingang – Documentário produzido na Terra Indígena de Carreteiro. Registra imagens do cotidiano da atualidade de uma comunidade indígena e traça um comparativo de como era no passado. Trabalho feito pela estudante de comunicação social da unijui Adriana Seibert. Indicado a partir da 7ª série. l – Duração: 24min.
– Mokoi Tekoá Petei Jeguatá – Duas Aldeias, uma caminhada – De Germano Benites, Ariel Ortega e Jorge Morinico do Povo Guarani-Mbya, 2008. Duração: 63min – recomendamos só uma parte dele.
Para alunos da EFA
3 – Palestra: A realidade nas comunidades indígenas
Dia 19 de abril -Horário: 10h30min – Local: auditório da Sede Acadêmica
– Ministrantes: Marcos Antonio Ribeiro – Kaingang, Nutricionista , estudante do PROEJA Indígena UFRGS, integrante no Projeto Nutrição Kaingang e funcionário da FUNASA; e Laísa E. Sales Ribeiro – Kaingang, Bióloga, estudante do PROEJA Indígena UFRGS e do Curso de Especialização em Educação, Diversidade e Cultura Indígena da Faculdade Ensino Superior em Teologia São Leopoldo-RS
Para alunos da EFA
4 – Palestra: A realidade nas comunidades indígenas
Dia 02 de maio – Horário: 14 horas – Local: auditório da Sede Acadêmica
– Ministrantes: Marcos Antonio Ribeiro – Kaingang, Nutricionista , estudante do PROEJA Indígena UFRGS, integrante no Projeto Nutrição Kaingang e funcionário da FUNASA; e Laísa E. Sales Ribeiro – Kaingang, Bióloga, estudante do PROEJA Indígena UFRGS e do Curso de Especialização em Educação, Diversidade e Cultura Indígena da Faculdade Ensino Superior em Teologia São Leopoldo-RS
Para professores
5 – Mini Curso Identidade Indígena, diversidade e escola: caminhos em construção,
Dia 28 de abril, das 13h30min às 17h30min e das 19h às 22h30min
Local: auditório do MADP.
– Ministrante: Professor André Luis Ramos Soares – Licenciado e Bacharel em História pela UFRGS, mestre em Arqueologia pela PUC e Doutor em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USO. É professor do Departamento de Educação da UFSM e Coordena o Núcleo de Educação Patrimonial (NEP) da mesma universidade.
O mini-curso pretende abordar:
– Situação do índio no Brasil no período da conquista da América; as razões para desagregação da sociedade indígena.
– Integração, miscigenação, assimilação: conceitos da antropologia e realidade indígena.
– Diversidade cultural e sociedades indígenas
– Os índios em sala de aula: da invisibilidade a cidadania.
Valor da Inscrição: R$10,00
Para professores
6 – Seminário Cultura e Sustentabilidade
Local: Auditório do MADP – Data: 12 de maio de 2011, durante os turnos da manhã e tarde
Apresentação de Grupo de Dança de Kaingang Inhacorá
Palestrantes:
Adilson Policena – Cacique de Inhacorá
Eronita Barcelos – Economia Solidária
Armgard Lutz – Educação Indígena especifica e de qualidade
Maria Helena Frantz – Passagem da tradição oral para a escrita
Instituto Elos – Programa Guerreiros sem Armas – Santos – SP – Protagonismo social
Professor Giovanni Polliani – CESES – Milão Itália – Globalização e Diversidade Cultural
As visitas podem ser agendadas junto à secretaria do Museu, pelo fone 3332.0257.
Legendas das fotos: Coleta do fuá; Coleta de alimentos Mato Queimado Guarita; Preparando caraguatá;